terça-feira, 16 de novembro de 2010

Trilhas culturais-Ivoporanduva

E a família sempre dizia:Zumbi Somos Nós

Nesse ultimo fim de semana um grupo de educadores, profissionais da Saúde,representantes da Coordenadoria dos direitos da mullher , ativistas e gestores culturais visitaram o Quilombo de Ivoporanduva situado entre as cidades de Eldorado e Iporanga as margens do Rio Ribeira de Iguape. Atualmente o Quilombo conta com cerca de 100 famílias e 310 pessoas entre idosos, jovens e crianças todos vivendo em comunidade de regime coletivo e democrático (de fato).

A região só foi reconhecida como Quilombo no ano de 1.997 quando foi reservada uma área de 3.158 hectares de terra sendo que 80% desse pedaço é de mata Atlântica virgem. Baseado num sistema político colegiado de organização

, característica típica de Quilombos, Iporanduva consegue o seu próprio sustento a base da agricultura e do comércio de artesanatos e bananas com origem orgânica.

As 42 pessoas que visitaram o Quilombo representaram não só a cidade de Taboão mais toda a resistência negra que também aqui existe. É obvio que Taboão da Serra é totalmente diferente de Eldorado, somos originais de uma quebrada totalmente urbana e periférica onde os vários anos de coronelismo por parte de governantes da ala direita nos deixaram totalmente a margem da sociedade amontoados em grandes guetos. Essa viagem foi um grande avanço para todos da cultura Hip Hop,saúde,educação e dos movimentos em defesa da mulher,levamos para o Quilombo de Ivoparanduva nossa contribuição e fomos mais que aprendizes de pessoas como o seu Ditão um nego veio que conta como poucos a história de resistência e luta de diversos quilombos da região do Vale do Ribeira.

Essa atividade foi fruto de um projeto da Secretaria de Cultura e Turismo chamado “Trilhas Culturais” idealizado pela historiadora Deborah R. do Valle onde ativistas da cultura de Taboão viajam por diversos lugares levando cultura e praticando um novo estilo de turismo o histórico-cultural, ao longo dessa Trilha ocorre atividades como cine-clube, sarau no buzão,palestras e muita batucada. E é com essa perfeita harmonia entre cultura e turismo que Taboão da Serra vai marcando seu lugar alem dos limites da cidade.

Fica aqui o salve/axé do Blog Cultura de Combate a todos os quilombolas de Ivoporanduva,tamu junto família.

click nas fotos para amplialas.

Ingreja contruida pelos primeiros Quilombolas







A geral que animou
o sara
u no buzão.

Trilhas Culturais Ás margens do Rio Ribeira vive os quilombolas de Ivopranduva.

e uma alimentação

natural..




Dois hérois guerreiros








Desde o fim dos anos 70, novembro transformou-se em “Mês da Consciência Negra”, em homenagem a Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695, e João Cândido, dirigente da Revolta da Chibata, iniciada em 22 de novembro de 1910. Tomados como contraponto ao discurso que impunha o “13 de Maio” como dia para a celebração da liberdade “bondosamente” concedida pela princesa Isabel, ambos são muito mais do que “heróis”: são protagonistas de histórias que nos ensinam que o único caminho para a verdadeira liberdade é consciência e luta.

Duas épocas, um mesmo inimigo


Zumbi tornou-se dirigente de Palmares ao questionar, em 1678, a liderança de Ganga Zumba, que, seduzido por um “acordo de paz”, aceitou transferir os quilombolas para uma espécie de “reserva”, onde eles teriam que viver sob vigilância.

A resistência de Zumbi a esse engodo é exemplar. Desde muito cedo, negros e negros perceberam que, para se livrar da escravidão, não seria preciso apenas se libertar das correntes; era necessário, também, construir um novo tipo de sociedade.

Palmares significava esse desafio não só por organizar-se como uma República dentro de uma sociedade colonial, mas também por questionar as próprias bases do sistema.

É isso que fica evidente no relato do português Manuel Inojosa, em 1677: “Entre eles tudo é de todos e nada é de ninguém, pois os frutos do que plantam e colhem ou fabricam nas suas tendas são obrigados a depositar às mãos de um conselho, que reparte a cada um quando requer seu sustento”.

Foi isso que motivou as dezenas de investidas militares contra o quilombo – que também abrigava judeus, índios, brancos pobres e gente perseguida pelos colonizadores – até sua completa destruição, pelo sanguinário bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694.

Palmares, contudo, em vez de representar a história de uma derrota, é, até hoje, um exemplo da importância da luta. Uma lembrança que alimentou os sonhos de João Cândido, o “Almirante Negro”, e o cerca de dois mil marinheiros (negros, na maioria) em 1910, na Revolta da Chibata.

Há 95 anos, dispostos a pôr um fim aos maltratos e castigos, os marinheiros tomaram dois navios de guerra, eliminaram seus oficiais e voltaram seus canhões contra a sede do governo federal, então o Rio de Janeiro.

Vitoriosos contra a chibata, os marinheiros, infelizmente, também foram vítimas de “acordos” fraudulentos. Depois de “anistiados”, dezenas foram presos e centenas foram deportados e mortos na Selva Amazônica.

Essas são duas histórias de dois grandes guerreiros que servem como exemplos de que o combate ao racismo, para ser vitorioso, depende de uma intesa luta contra a miséria e falta de informação, alem de uma unidade entre todos os oprimidos por esse sistema racista e anti-humano. Por isso durante todo o mês o Blog Cultura de Combate vai homenagear guerreiros que lutaram e lutam por mais cultura e educação as principais armas na luta contra o racismo.