sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

50 cent é casa de salgado.



O rapper mais rico do mundo ficou 11 dias no Brasil, fez seis shows e voltou para os Estados Unidos com o bolso ainda mais cheio de dinheiro. Se fossemos falar sobre cada apresentação feita nas capitais Salvador, Goiania, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Florianópolis, seriamos repetitivos. O repertório foi o mesmo e a falta de interação com o público compensada com brindes também.

Tudo seria mais idêntico ainda, senão fossem alguns incidentes. Em Salvador, um fã foi agredido ao tentar chegar perto de 50 Cent. Em São Paulo, a casa Via Funchal, onde foi realizado o show teve lotação média, o que de certa forma é um fracasso. Para encerrar a turnê, a apresentação em Florianópolis teve que ser interrompida duas vezes devido a quedas de energia.

Para quem faz música, é importante ter esse intercâmbio. Ver de perto com os gringos estão equipados, a postura nos shows, entre outros detalhes. Mas, a passagem de 50 Cent não rendeu bons exemplos aos rappers brasileiros. Em São Paulo, o gringo teve entre o público nomes como Mano Brown, Ice Blue e Dj Cia. O Vilão dos Toca Discos foi lá mesmo para conferir a performance do dj, mas se decepcionou. “O dj nao existe eh so mais um desse milhares que aperta o play pra musica tocar . Então só vale mesmo o show dos manos”, comentou no twitter. Cia também não curtiu a qualidade acústica do show. “No show do 50 Cent não teve produção. Som abafado”.

Quem também ficou indignado com a situação foi o Dj Zé Gonzales. A notícia de que os artistas que se apresentaram no Rio de Janeiro foram trancados no camarim, para que 50 Cent passasse sem ser incomodado se espalhou rápido no twitter. Dj Sany Pitbull foi um dos que experimentaram a prisão no camarim. “Que marra é essa neguim? Qual é? 50 Cent mandou trancar o nosso camarim pra ele poder passar. Pra que isso? Tá de sacanagem?”twittou. Zé Gonzales não se confirmou e na sequencia se manifestou. “Alguem acredita q os artistas q abriram o show do 50 Cent, ficaram trancados p/20min, dentro dos seus camarins, p/o artista passar? Tipo prisão. Todo respeito ao meus amigos @SanyPitbull, DJ Negralha q abriram o show, mas se me trancassem no camarim o menor”incidente” ia ser a porta cair. Se me trancam no meu camarim tipo cadeia, depois de tocar,1o. a porta ia cair,se nao caisse o camarim inteiro ia ser destruido”.

Em Florianópolis, o rapper Thaíde, que é uma lenda vida do hip-hop no Brasil, não chegou ser trancado no camarim, mas ficou junto com outras pessoas, inclusive a equipe do Portal Rap Nacional, num espaço guardado por seguranças. As ameaças de represália caso alguém fotografasse o astro, no trajeto do camarim ao palco, eram muitas. Os seguranças afirmaram que se alguma foto fosse feita as câmeras seriam recolhidas e a pessoa seria colocada para fora do evento. Segundo eles, a proibição havia partido do próprio 50 Cent. Os fotografos foram tratados como se tivessem fazendo algo errado e as câmeras fotograficas eram vistas como verdadeiras armas. Para dificultar ainda mais o trabalho da imprensa as luzes foram apagadas para ninguem ver a cara dele direito. Como forma de protesto, Thaíde ficou de costas quando 50 Cent passou e logo depois também mandou seu recado no twitter. “Acabei de me apresentar em Floripa, ao lado da minha Negra P, mas já estamos no hotel. Não perdi tempo com os gringo e pretendo nunca perder. Muita falta de respeito por parte deles. Isso só acontece pq ao invés de nós nos fortalecermos, a gente se divide”.

Na manhã da segunda-feira, 19, foi a vez de 50 Cent comentar via twitter a passagem pelo Brasil. “Had a good run in Brazil! Going back to NY (@ Aeroporto Internacional de Florianópolis (FLN)”, algo como: Fiz boa turnê no Brasil. Estou voltando a Nova Iorque. Estou no Aeroporto Internacional de Florianópolis, twittou às 6h da manhã.

Pelo visto 50 Cent voltou para os Estados Unidos não só com a conta bancária mais gorda, mas também com alguns desafetos a mais.

fonte-rapnacional

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Trilhas culturais-Ivoporanduva

E a família sempre dizia:Zumbi Somos Nós

Nesse ultimo fim de semana um grupo de educadores, profissionais da Saúde,representantes da Coordenadoria dos direitos da mullher , ativistas e gestores culturais visitaram o Quilombo de Ivoporanduva situado entre as cidades de Eldorado e Iporanga as margens do Rio Ribeira de Iguape. Atualmente o Quilombo conta com cerca de 100 famílias e 310 pessoas entre idosos, jovens e crianças todos vivendo em comunidade de regime coletivo e democrático (de fato).

A região só foi reconhecida como Quilombo no ano de 1.997 quando foi reservada uma área de 3.158 hectares de terra sendo que 80% desse pedaço é de mata Atlântica virgem. Baseado num sistema político colegiado de organização

, característica típica de Quilombos, Iporanduva consegue o seu próprio sustento a base da agricultura e do comércio de artesanatos e bananas com origem orgânica.

As 42 pessoas que visitaram o Quilombo representaram não só a cidade de Taboão mais toda a resistência negra que também aqui existe. É obvio que Taboão da Serra é totalmente diferente de Eldorado, somos originais de uma quebrada totalmente urbana e periférica onde os vários anos de coronelismo por parte de governantes da ala direita nos deixaram totalmente a margem da sociedade amontoados em grandes guetos. Essa viagem foi um grande avanço para todos da cultura Hip Hop,saúde,educação e dos movimentos em defesa da mulher,levamos para o Quilombo de Ivoparanduva nossa contribuição e fomos mais que aprendizes de pessoas como o seu Ditão um nego veio que conta como poucos a história de resistência e luta de diversos quilombos da região do Vale do Ribeira.

Essa atividade foi fruto de um projeto da Secretaria de Cultura e Turismo chamado “Trilhas Culturais” idealizado pela historiadora Deborah R. do Valle onde ativistas da cultura de Taboão viajam por diversos lugares levando cultura e praticando um novo estilo de turismo o histórico-cultural, ao longo dessa Trilha ocorre atividades como cine-clube, sarau no buzão,palestras e muita batucada. E é com essa perfeita harmonia entre cultura e turismo que Taboão da Serra vai marcando seu lugar alem dos limites da cidade.

Fica aqui o salve/axé do Blog Cultura de Combate a todos os quilombolas de Ivoporanduva,tamu junto família.

click nas fotos para amplialas.

Ingreja contruida pelos primeiros Quilombolas







A geral que animou
o sara
u no buzão.

Trilhas Culturais Ás margens do Rio Ribeira vive os quilombolas de Ivopranduva.

e uma alimentação

natural..




Dois hérois guerreiros








Desde o fim dos anos 70, novembro transformou-se em “Mês da Consciência Negra”, em homenagem a Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695, e João Cândido, dirigente da Revolta da Chibata, iniciada em 22 de novembro de 1910. Tomados como contraponto ao discurso que impunha o “13 de Maio” como dia para a celebração da liberdade “bondosamente” concedida pela princesa Isabel, ambos são muito mais do que “heróis”: são protagonistas de histórias que nos ensinam que o único caminho para a verdadeira liberdade é consciência e luta.

Duas épocas, um mesmo inimigo


Zumbi tornou-se dirigente de Palmares ao questionar, em 1678, a liderança de Ganga Zumba, que, seduzido por um “acordo de paz”, aceitou transferir os quilombolas para uma espécie de “reserva”, onde eles teriam que viver sob vigilância.

A resistência de Zumbi a esse engodo é exemplar. Desde muito cedo, negros e negros perceberam que, para se livrar da escravidão, não seria preciso apenas se libertar das correntes; era necessário, também, construir um novo tipo de sociedade.

Palmares significava esse desafio não só por organizar-se como uma República dentro de uma sociedade colonial, mas também por questionar as próprias bases do sistema.

É isso que fica evidente no relato do português Manuel Inojosa, em 1677: “Entre eles tudo é de todos e nada é de ninguém, pois os frutos do que plantam e colhem ou fabricam nas suas tendas são obrigados a depositar às mãos de um conselho, que reparte a cada um quando requer seu sustento”.

Foi isso que motivou as dezenas de investidas militares contra o quilombo – que também abrigava judeus, índios, brancos pobres e gente perseguida pelos colonizadores – até sua completa destruição, pelo sanguinário bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694.

Palmares, contudo, em vez de representar a história de uma derrota, é, até hoje, um exemplo da importância da luta. Uma lembrança que alimentou os sonhos de João Cândido, o “Almirante Negro”, e o cerca de dois mil marinheiros (negros, na maioria) em 1910, na Revolta da Chibata.

Há 95 anos, dispostos a pôr um fim aos maltratos e castigos, os marinheiros tomaram dois navios de guerra, eliminaram seus oficiais e voltaram seus canhões contra a sede do governo federal, então o Rio de Janeiro.

Vitoriosos contra a chibata, os marinheiros, infelizmente, também foram vítimas de “acordos” fraudulentos. Depois de “anistiados”, dezenas foram presos e centenas foram deportados e mortos na Selva Amazônica.

Essas são duas histórias de dois grandes guerreiros que servem como exemplos de que o combate ao racismo, para ser vitorioso, depende de uma intesa luta contra a miséria e falta de informação, alem de uma unidade entre todos os oprimidos por esse sistema racista e anti-humano. Por isso durante todo o mês o Blog Cultura de Combate vai homenagear guerreiros que lutaram e lutam por mais cultura e educação as principais armas na luta contra o racismo.